Não sei porque decidiram celebrar o Dia Mundial do Beijo no dia 13 de abril. Terá sido o dia em que Robert Doisneau tirou sua famosa fotografia do beijo de um casal numa rua de Paris? Foi esta a data na qual Rodin terminou sua clássica escultura? Ou o dia em que estreou nos cinemas "A Dama e o Vagabundo", o desenho da Disney que mostra a cena na qual os cachorrinhos beijam-se acidentalmente ao compartilhar um prato de espaguete?

O ator Richard Gere, que cometeu a "indecência" de beijar uma atriz indiana durante um evento público em Nova Délhi no ano passado, aprendeu às duras penas que isso não se faz por lá.
Ironicamente, os mais antigos registros literários do ato de beijar provêm justamente da Índia. Trechos das Vedas, os mais antigos textos sagrados do Hinduísmo, escritos em sânscrito por volta do ano 1.500 A.C., e de outros livros hindus como o Mahābhārata, contêm trechos com descrições sensuais de bocas se unindo. Eis um belo exemplo extraído da Satapatha Brahmana: "Amo beber o vapor de teus lábios". Outra obra seminal da literatura indiana, o famoso tratado sexual Kama Sutra, dedica um capítulo inteiro à arte de beijar, explicando, dentre outras valiosas lições, que "não há duração fixa ou ordem estabelecida entre o abraço e o beijo, o aperto e as marcas feitas com as unhas e os dedos". Sábias palavras, que me fizeram lembrar de um provérbio chinês: "O beijo é como a água salgada; quanto mais se bebe, mais sede se tem".

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